Obesidade - A vida secreta da célula de gordura
Os cientistas pensavam que a gordura corporal e as células que a constituíam eram inertes, como se fossem um compartimento de armazenamento.
Com o passar das décadas as pesquisas têm demonstrado que as células gordurosas agem como fábricas químicas e que a gordura corporal é uma potente substância: um tecido altamente ativo que secreta hormônios e outras substâncias com efeitos profundos e às vezes perigosos ao metabolismo.
Recentemente, os biologistas começaram a chamar a gordura de um “órgão endócrino”, comparando-a com glândulas como a tireóide e hipófise,também liberando seus hormônios diretamente na circulação sanguínea.
Porém existe uma importante diferença. Estas glândulas não podem proliferar e crescer como as células de gordura, que possuem aparentemente uma infinita capacidade de proliferação. Gordura corporal em excesso pode agir como um veneno, liberando substâncias que contribuem para a diabetes, doença cardíaca, hipertensão, derrame e outras doenças, incluindo alguns tipos de câncer.
Os pesquisadores tentam decifrar a biologia da célula gordurosa na esperança de encontrar caminhos que auxiliem as pessoas eliminar o excesso de gordura ou, no mínimo, prevenir que a obesidade destrua sua saúde. Em um mundo progressivamente obeso, estes esforços são de altíssima importância.
No Estados Unidos, 65 % dos adultos são obesos, comparados com 56% de 10 anos atrás, e pesquisas do governo culpam a obesidade por pelo menos 300.000 mortes a cada ano. Em adição, 50% das crianças acima de 6 anos estão acima do peso, 3 vezes mais as porcentagens de 1980.
Leptina
O reconhecimento de que as células de gordura estão longe de serem inertes apareceu em 1995 com a descoberta da leptina, hormônio que sinaliza ao cérebro quanto de gordura o corpo possui, desta forma o cérebro pode ajustar a ingesta alimentar e o metabolismo permitindo que o armazenamento de gordura seja mantido em certos níveis. Quanto maior a quantidade de gordura que a pessoa possui, maior será o nível de leptina.
Embora inicialmente os pesquisadores pensassem que a leptina poderia ser utilizada para o tratamento da obesidade, eles rapidamente descobriram que a maioria dos obesos é resistente aos efeitos da leptina.
“A descoberta da leptina estabeleceu o eixo de comunicação gordura-cérebro”, diz o pesquisador Dr. Sherer (professor de biologia celular e medicina do Colégio de Medicina Albert Einstein em Nova York.). ”Este foi o primeiro exemplo de um hormônio sendo liberado pelos adipócitos”.
Adipócitos produzem hormônios
O tecido adiposo é crivado de células do sistema imune chamadas de macrófagos, as quais liberam substancias que causam inflamação, e hoje se pensa que estas substâncias possuem um papel importante nas doenças cardíacas. As células gordurosas produzem hormônios adicionais que afetam a sensibilidade do corpo a insulina e estão altamente ligadas ao desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Resistência a Insulina
A insulina auxilia a glicose a 'entrar' nas células, mas cerca de metade das pessoas obesas se tornam resistente a insulina, o que significa que suas células não respondem a insulina. Quanto mais peso elas ganham, mais resistente à insulina elas se tornam.
A resistência a insulina é a primeira etapa no desenvolvimento da diabetes e freqüentemente é acompanhada por pressão sanguínea elevada e altos níveis de gordura e açúcar no sangue.
Uma das moléculas mais importantes fabricadas pelas células adiposas é um hormônio chamado de adiponectina, que faz com que o corpo se torne mais sensível a insulina. Quando a pessoa se torna obesa, suas células gordurosas fabricam menos adiponectina, o porque disto ainda não está claro. Baixos níveis de adiponectina estão associados com diabetes e doença cardíaca. Dr.Scherer diz que os cientistas estão estudando este hormônio para descobrir se a sua administração a pessoas poderá ajudar a prevenir ou tratar a diabetes.
Outra molécula fabricada pelas células gordurosas é a resistina, que faz com que o organismo seja mais resistente a insulina, mas têm sido estudada basicamente em camundongos, e sua importância em humanos não é ainda bem conhecida, diz o Dr.Scherer.
Um adulto magro possui cerca de 40 bilhões de células gordurosas, uma pessoa obesa possui cerca de duas a três vezes este número, e obesos possuem células gordurosas maiores do que as pessoas magras.
O corpo é capaz de fabricar mais destas células e comparando-as com outras células, estas possuem uma vida extremamente longa.
Células de gordura se reproduzem
Como se acreditava no passado, não é verdade que a quota de células adiposas de uma pessoa é fixada para sempre em algum momento da adolescência. Se a pessoa continua comendo em excesso, as células gordurosas existentes aumentam de volume até certo limite tamanho. Quando atingem esse limite, não se dividem, ao invés disto, enviam sinais para que as células imaturas mais próximas comecem a se dividir produzindo assim mais células gordurosas.
Mesmo um abdômen com gordura moderada - um abdômen protuberante em uma pessoa diferentemente magricela – podem aumentar o risco de hipertensão, diabetes e doença cardíaca. Pessoas magras ou fora do peso que estão na verdade sob o risco da gordura abdominal podem ser falsamente tranqüilizadas por terem leitura normal de um medidor de obesidade muito comum, o índice de massa corporal, ou I.M.C. O problema é que este índice, baseia-se na altura e no peso, e não leva em conta a forma do corpo.
“Nós gostaríamos de eliminar a idéia de que o I.M.C. é o melhor indicador de risco,” disse o Dr. Osama Hamdy, diretor da clinica de obesidade no Joslin Diabetes Clinic, em Boston. Ele diz que a medida da cintura é melhor prognóstico, com uma zona de perigo em torno de algo maior do que 102 cm para os homens e 88.9 cm para as mulheres.
Veja - Porque um abdômen grande é mais perigoso do que um quadril grande?
Fonte: Adaptado de The New York Times
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